2011-01-27
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2011-01-26
Gueixas são prostitutas?
A maquiagem, o cabelo, o vestuário e os modos de uma gueixa são calculados para satisfazer a fantasia masculina da perfeição feminina: elas fazem com que os homens se sintam atraentes e importantes. E eles pagam muito caro para ter uma gueixa atendendo a todos os seus caprichos.
Muitos ocidentais confundem gueixas com prostitutas de luxo. Quem entende a complexidade da cultura japonesa explica que uma gueixa não é uma prostituta. Uma verdadeira gueixa é bem sucedida porque reflete a idéia de uma perfeição inatingível. Quando os homens contratam gueixas para animar uma festa, o assunto sexo normalmente não está relacionado. A gueixa entretém por intermédio de canto, música, dança, relato de histórias, atenção e flerte. Ela pode conversar sobre política com a mesma desenvoltura com que explica as regras de um jogo. Em uma época em que as esposas japonesas eram excluídas da vida pública, as gueixas eram as mulheres que podiam exercer o papel de anfitriã em uma reunião de negócios.
No início, as gueixas eram homens e eles trabalhavam com entretenimento por todo o Japão. As restrições sociais determinavam que as mulheres não poderiam oferecer diversão em uma festa. Esses homens cuidavam das conversas, faziam performances artísticas e faziam elogios a convidados, nobres e outros membros da aristocracia.
Por volta do século 18, surgiram as primeiras gueixas femininas. Há muitas histórias sobre as origens dessas mulheres. Uma delas relata um grupo de artistas que tirava o trabalho de prostitutas cantando e dançando em festas. Outra conta que havia uma prostituta entrando em decadência e que, em conseqüência disso, começou a desenvolver o trabalho de gueixa para ganhar um pouco mais e acabou sendo um sucesso na nova atividade. Independente de como surgiram as gueixas femininas, elas eram consideradas uma ameaça para os bordéis e não eram contratadas por estabelecimentos deste tipo.
Para diminuir a popularidade das gueixas e retornar o foco para as prostitutas registradas, o governo estabeleceu regras bastante rígidas para as gueixas: a maneira como deviam entreter, quando poderiam entreter e as horas durante as quais poderiam trabalhar. Além disso também determinaram regras com relação ao seu vestuário. E para se certificarem de que sexo não faria parte da festa, as gueixas não podiam ser contratadas individualmente. Mas essas restrições, ao invés de reduzir o sucesso das gueixas, tornaram-nas ainda mais desejadas.
À medida que o tempo passava, em especial durante os tempos de recessão no Japão, o sucesso das gueixas fez com que os pais com baixa renda vendessem suas filhas para uma casa de gueixas (chamadas de okiya). Essas meninas eram treinadas desde os cinco ou seis anos para se tornarem gueixas bem sucedidas e ressarcirem à okiya o custo do treinamento. Atualmente, jovens escolhem ser gueixas da mesma forma como escolhem ser médicas. Elas normalmente começam o rigoroso treinamento depois do ensino fundamental. Mas, apenas as mais dedicadas chegam ao status de gueixa.