2010-09-02

A tribo da terra do sol nascente

Oi, olhem o que eu achei sem querer, nuns dos sites que eu numca pararia para olhar...(http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especial.asp?EditeCodigoDaPagina=5149) triste né..., mas não desmerecendo a site e seus criadores e moderadores, jamais T-T... Mas é uma matéria sobre otakus e seus comportamentos. Vale apena ver!!!

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Por Mônica Vitória


O uniforme pode ser um só, mas não esconde o estilo próprio que cada aluno resolve adotar. Uns abusam dos piercings e tatuagens; outros pintam o cabelo ou as unhas de cores diferentes; e tem aqueles que usam certos acessórios para mostrar que são diferentes da maioria e serem reconhecidos por colegas de gostos semelhantes. Os jovens desejam quebrar as regras, mas não para chocar, e sim para se sentir parte de um grupo, compartilhar preferências. Foi assim entre os hippies, os punks, os surfistas, os clubbers, os grunges, as patricinhas, os playboys, os funkeiros, os góticos e os nerds, por exemplo.

Mas, falando de tribos atuais, que estilo vem ganhando espaço entre os já existentes nas escolas, sem ser necessariamente moda? A tendência emo, muito difundida nos últimos anos, por incrível que pareça tem perdido força. Priscila Costa, aluna do C. E. Comendador Valentim dos Santos Diniz, o NATA, em São Gonçalo, diz que é chamada de emo pelos colegas, mas não acha que se encaixe na denominação. “Curto um pouco de cada tribo. Mas a que mais me identifico é a dos roqueiros, otakus e afins”. Otaku? É, isso mesmo! Otakus são apaixonados por animes e mangás. Priscila e uma legião de estudantes estão descobrindo cada vez mais o universo dos desenhos e HQs japonesas e se reunindo em torno dessas preferências.

Dá para notar que hoje as tribos estão muito mais flexíveis e misturadas, mas ainda é possível reconhecer quem faz parte e quem não faz. Em convenções de fãs de anime, é possível ver referências ao rock e ao punk combinadas a elementos da cultura pop nipônica, o que mostra uma convergência dos estilos. Priscila, por exemplo, costuma usar saia de pregas (como as colegiais dos desenhos animados japoneses) e All Star, tênis que virou ícone do meio roqueiro. Ela também gosta de luvas, muito usadas pelos otakus nos encontros, e cintos de rebites ou tachas, mais uma característica do rock’n’roll.


Fernanda Melo, aluna do C. E. Vicente Jannuzzi, na Barra da Tijuca, também se considera otaku, mas com uma quedinha maior para o estilo “nerd” – outra tribo que costuma ganhar a simpatia dos aficionados em mangá. Além de assistir a animes como Sailor Moon e Fruits Basket, Fernanda gosta da série geek “The Big Bang Theory”. Os próprios personagens do programa vez ou outra fazem referências às HQs orientais. “Eu me identifico com esse grupo (otaku), por ouvir músicas japonesas, ver animes, gostar dessa cultura, ir a eventos. E falo algumas gírias em japonês”, conta a estudante.


Entendendo as gírias nipônicas

As expressões em japonês, aliás, são um dos principais códigos utilizados pelos fãs. Priscila abusa de termos como baka, que significa “idiota” e, na internet, faz emoticons que imitam as expressões dos personagens de anime, como “XD”. Robson da Silva Junior, aluno do Ciep 399 – Jean Baptiste Debret, em São João de Meriti, cita outras palavras recorrentes no vocabulário: “Kawaii é ‘bonitinho’, ‘fofinho’; sugoi é ‘legal’, ‘incrível’, e algumas interjeições como ‘nyaaa’ são usadas pelas meninas”. Robson é outro que marca presença nos encontros da tribo, que são sempre lotados de fãs, artigos à venda, regados a muita música japonesa, temas de animes, exibições de desenhos, games, atrações e concursos. De vez em quando, aparece também alguma celebridade, como um dublador famoso, para a galera ir à loucura.


Nem sempre as pessoas entendem os jargões usados ou a histeria que ocorre nesse tipo de evento, mas com certeza os amigos que também são otakus vão compreender, e isso basta. “Acho que basear as amizades em uma só tribo é ter a mente muito limitada, é monótono. Mas é mais divertido conversar com pessoas que gostam da mesma coisa que você, que vão concordar com o que você diz e discutir sobre aquele episódio do seu anime preferido”, afirma Priscila. Robson concorda que é divertido ter alguém para compartilhar as mesmas ideias e que isso não interfere na relação com outros amigos que não dividem o mesmo gosto.

Mas nem todo mundo é aberto a amizades diferentes como eles. Às vezes, ser identificado com determinado grupo espanta outras pessoas, gera “zoação”, como diz Robson, e até preconceito. “Tem gente que não consegue aceitar algo diferente e por isso fica criticando. Eu danço um estilo de música pop japonesa chamado ‘ParaPara’ e tenho um grupo no colégio. Por estudar em escola técnica de horário integral, só temos tempo de ensaiar a coreografia nos intervalos. Aí, algumas pessoas dizem que somos malucas e desocupadas. Também quero fazer cosplay (prática de vestir-se como os personagens e se apresentar fantasiado em eventos), e um amigo diz que isso é perda de tempo e dinheiro”, lamenta Priscila.



Vivian Zabott, aluna do Instituto de Educação Carmela Dutra, em Madureira, é um caso à parte. Interessada também pela cultura japonesa, no seu grupo ela se destaca por adorar unhas coloridas. “Gosto muito de animes e mangás, por isso me considero otaku. Mas do que eu realmente entendo é de esmaltes. Sou uma ‘esmaltólatra’ nata”, confessa. A atual febre de pintar as unhas de todas as cores possíveis e imagináveis é influenciada também pela moda japonesa. A exótica arte nas unhas é uma das peculiaridades do estilo “Harajuku”, nome de uma região da cidade de Tóquio que virou ponto de encontro entre adolescentes que fazem cosplay ou que se vestem de forma arrojada e chamativa.

E a tendência tem ficado cada vez mais popular entre as meninas, principalmente as otakus: “Quando surgiu o vício por esmaltes, eu tinha poucas amigas que gostavam de pintar as unhas de jeitos diferentes e cores mais chamativas. Hoje, posso dizer que tenho um círculo de amizades baseado nesse gosto em comum”, revela Vivian, que sempre gostou de ser um pouco “diferente” do normal. “Tudo começou quando pintei o cabelo de vermelho. Mas como não posso trocar a cor do cabelo de três em três dias, comecei a passar essa minha vontade para as unhas. Primeiro as pintei de azul esverdeado. Quando vi, já tinha pintando de laranja a verde!”, diz.

O vício se comprova no quarto de Vivian e na internet. Sua coleção de esmaltes ultrapassou o número de 230 vidrinhos e, não contente de desfilar cada tom por aí, ela ainda criou um blog para falar sobre o assunto: http://nailaddiction.wordpress.com/. “Às vezes deixo uma unha de cada cor. Ou posso fazer uma 'nail art'. Alguns olham para as minhas unhas de forma estranha, mas acho que esmalte não é mais uma futilidade ou maluquice. O esmalte já está fazendo parte do estilo da pessoa”, argumenta ela, que certamente se sente mais à vontade quando vai aos encontros de otakus, rodeada por garotos e garotas de cabelos coloridos e roupas à moda de Harajuku.


Legal né. Comenta aí...

Dewa mata!!!
By: Pucca

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